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Centro histórico de Bruges

Se passar por Bruges, na Bélgica, não pense nem um segundo em perder a visita do centro histórico, que consta como Patrimônio Mundial da UNESCO. De fato, a herança cultural desta cidade é impressionante: a arquitetura medieval preservada associada ao estilo urbano que se desenvolveu e evoluiu com o passar dos séculos faz parte da riqueza cultural do país. Essa cidade medieval no coração da região flamenga é o local mais visitado da Bélgica. Considerada uma das mais belas cidades europeias, é chamada de a “”Veneza do Norte”” por conta de suas pontes e canais que atraem quase 3 milhões de visitantes a cada ano durante o verão para passeios de barco.

A história de Bruges

Sua história é marcada pelas influências dos inúmeros intercâmbios econômicos e culturais entre a cidade e o restante da Europa. Laços comerciais foram criados com a Escandinávia durante o período galo-romano, e o desenvolvimento de um porto e de um centro comercial ligaram Bruges à Europa medieval, começando pela Grã-Bretanha. No século XV, a cidade próspera, em razão das trocas culturais e comerciais, torna-se um centro da arte flamenga, como evidenciado pelo artista Jan Van Eyck, que contribuiu para desenvolver a escola de arte dos Primitivos flamengos e influenciou bastante a arte europeia da época. A cidade também acolheu um centro de mecenato e, graças à sua escola de arte, ajudou a fortalecer e difundir a pintura e estimulou as correntes artísticas inovadoras.

O centro histórico

O centro histórico abrange a totalidade das fortificações da cidade e conservou, apesar do passar do tempo, a mesma superfície que antigamente. Os canais, tanto os naturais quanto os artificiais concebidos na Idade Média, localizam-se nele e conferem um charme especial, adornando a cidade com poesia e romantismo. Algumas praças têm uma representação simbólica, como a Place de Burg e a Grand-Place. A de Burg é uma das mais marcantes, pois foi o símbolo da aliança entre os poderes cívicos e religiosos durante mais de um milênio, além de ser a sede de instituições como a da justiça. Já a Grand-Place é composta por feiras, o Beffroi e a Waterhalle, símbolo da autoridade municipal.

O estilo arquitetônico de Bruges

A arquitetura de Bruges é caracterizada, antes de mais nada, pelo estilo gótico de suas pedras que datam da Idade Média, principalmente o que conhecemos como “”travée bourgeoise””. Mais tarde, na década de 1830, a chegada das ferrovias em Bruges alterou radicalmente a paisagem urbana da cidade. A substituição de sua arquitetura pelo estilo haussmanniano foi planejada, mas aconteceu apenas no bairro do novo teatro, que abandonou todos os vestígios medievais. A renovação das fachadas construídas no fim do século XIX foi influenciada por arquitetos ingleses, levando um estilo neogótico particular, inspirado no estilo gótico inicial da cidade, a fim de restaurar os edifícios históricos de Bruges e aperfeiçoar o patrimônio artístico da cidade. Atualmente, esta mistura arquitetural permite identificar as principais etapas das histórias comercial, cultural e religiosa da Europa medieval.

Os locais imperdíveis

Os tesouros culturais são abundantes em Bruges, dentre os quais três aparecem na lista de Patrimônio Mundial da Unesco: os Béguinages flamengos, os Beffrois de Flandres e Wallonie e o centro histórico de Bruges.

Os Béguinages flamengos são um conjunto de casas, igrejas e lotes organizados que revelam hoje o modo de vida das Béguines na Bélgica, ou seja, mulheres que se dedicaram à comunidade religiosa autônoma, sem profissão de votos, e que viviam reclusas.

O Beffroi de Flandres é um monumento com 83 metros de altura, onde 366 degraus podem ser subidos para contemplar a impressionante vista panorâmica. Ele é composto pela sala do Tesouro – ou cofre forte – e pela sala dos arquivos. Possui um imponente mecanismo de relógio e um carrilhão com 47 sinos.

A igreja Notre Dame e sua torre de tijolos com 122 metros, a mais alta da Europa, inclui a mais bela obra de Bruges, “”Virgem com o Menino”” de Michelangelo, acima do altar lateral direito. No coro encontram-se as tumbas do Duque Carlos o Temerário e sua filha Maria de Borgonha.

A catedral Saint-Sauveur com estilo gótico compreende três naves, um coro, um deambulatório e cinco capelas da Idade Média. É a igreja mais antiga de Bruges, ricamente decorada, entre mausoléus, quadro de pintores flamengos antigos como Dirk Bouts e Hugo Van Der Goes, relicários, ou ainda, tapeçarias.

Abella

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